quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Mãos para que te quero...

Aparentemente, dar as mãos é vergonhoso ou demasiado íntimo para se fazer em público. Um dia destes, os casais andarão com uma espécie de matrícula ao pescoço para que, em grandes aglomerações de pessoas, possamos identifica-las como partes de um "duo" que tantas vezes anda a "km" de distância, um do outro.
Será que é uma questão de higiene ou será comodismo em forma de anúncio de liberdade?
Naquelas visitas aos centros comerciais fico sempre com a sensação que anda toda a gente "livre"... É mais estranho ainda quando, de certeza, antes de juntarem as mãos isso era o que mais desejavam.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Dinheiro Acolchoado

Onde se guarda o dinheiro nos dias que correm? Ainda haverá quem o guarde debaixo do colchão, entre as páginas da bíblia, dentro de um bule de chá ou no sutiã?
Sei que a grande maioria já respondeu que não é guardado em lado nenhum pois, não o há e quem o tem guarda-o no anonimato de uma off-shore instalada numa ilha de 3 metros quadrados.
Efectivamente, e com a lupa do estado, já se perdeu o hábito de esconder o dinheiro, as poupanças, aquela "religiosidade para uma necessidade" baptizada de "nunca se sabe".
Enfim, somos uma cambada de "tesos" que só regressa a esse velho hábito de "esconder as notas" quando viaja e precisa levar dinheiro vivo com receio de que o multibanco lá do sítio não funcione. E, nesses casos tão isolados, até parece que recorremos à "corporaciòn dermoestetica" aumentando o "enchumaço", seja em versão feminina ou masculina.
Isto, claro está, se não for o cartão de crédito a convidar-nos aumentar o dívida pessoal.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

E o macaco sou eu?!

Esta sociedade está cada vez mais virada para as macacadas. Por um grão de protagonismo não falta quem se pinte de palhaço e se dê ao luxo de roubar o "ramo" ao parceiro do lado. É tudo uma questão de visibilidade e necessidade quase vital.
Esta nova lei da selva em que mergulhamos de cada vez que ligamos uma qualquer "tertúlia" escrita ou televisionada está a corropmper os verdadiros artistas, as verdadeiras personalidades, os autênticos "títulos".
Há muito que o desrespeito passou a perna à dignidade a troco de uma fotografia "tipo-passe", independentemente dos resultados.
Um cantinho que seja numa revista já vale um "ego" do tamanho da ponte Vasco da Gama e, com ele, trata-se logo de vender às escondidas o "macaco do lado", como paga pela hipótese de novo "flash".
Pode parecer confuso o que escrevo mas, se se soubesse o que se faz para se ser "fotografia" num qualquer canto de revista, entender-se-ia o porquê de tantos "pseudo-colunáveis" aparecerem de perfil e não de frente. É que é preciso muita lata para "fazer e acontecer" à custa das "macacadas dos outros", sejam elas da Gucci ou da Feira de Custóias.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Amor em Fila

Hoje é o tal dia de levar a namorada (oficial) para aquelas filas infindáveis de restaurante. É o dia de pagar "couro e cabelo" às floristas ou comprar um qualquer "gift" no shopping mais "à mão" com um bónus de mais 50% a 100%.
Mas o que mais me "choca" é aquele percurso de horas até à mesa estratégicamente "geminada" às outras onde os pratos "não esgotados" já estão preparados e chegam em tempo recorde... Sim, convém não esquecer que estão mais umas centenas de casais a rezar para que se ceda rapidamente o lugar - e o restaurante agradece.
Tudo isto já aconteceu comigo, mas há uma excepção,... e é essa que me leva a escrever.
- Já repararam que 90% dos casais mal trocam uma palavra em todo o jantar?
O "momento solene" do dia dos namorados mais parece uma promessa sem vontade, um "casamento armado em divórcio", um "ir para dizer que se foi"...
É triste ver como anda pelos "restaurantes da amargura" o namoro dos dias que correm... E as filas dos restaurantes nesta noite são um excelente barómetro, acreditem.
Com sorte, escrevia alguém, depois da sobremesa, do café, da rosa e da fotografia em ritmo "speed metal", lá chegará a altura de "trocar uns mimos" assim que os vidros do carro embaciem e aumentem a distância de 20 cms da viatura do lado... Caso contrário - e é o que acontece na maior parte das vezes, sai aquele: "- Amo-te muito, toma-lá-dá-cá, estou cansado e amanhã é dia de trabalho..."
Ahh, bom jantar,... ou façam como eu, é que domingo também é dia.
(note-se que a imagem escolhida é um coração em forma de gelo assente em dois galhos,... mas o objectivo é repararem no gelo e não nos coitados dos galhos)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Mas...

Cada vez mais tapamos os olhos, cada vez mais colorimos o que é mais cinzento, mesmo sendo nós um pôvo mesquinho com a mania de colocar defeitos em tudo e, como não poderia deixar de ser,... no "vizinho".
Já repararam que se a conversa for "falar bem" abanamos quase inconscientemente a cabeça a concordar enquanto o dito cérebro tenta encontrar algo que sirva para, em segundos, argumentar que... "é bom mas afinal..."
Por vezes penso que somos o pôvo dos "mas", o pôvo dos "não é bem assim", o pôvo do "se virmos bem"... Se virmos bem?!? Mas que lata temos nós para ir do 8 ao 8000 mais rápido do que qualquer TGV?!? E tudo porque "há sempre um coitadinho mais coitadinho" do que nós porque, se levantarmos a barriga, somos uns autênticos Reis... Sim, principalmente porque já vimos isto, conhecemos o primo do tio que conhece aquele e temos a certeza de estar certos porque "ouvimos falar que..."
Bem, com tudo isto, quase me apetece dizer que vemos demais naquilo que pensamos ter ouvido... e o "coitadinho" que não nos apareça numa conversa pois, até pode ser um anjo, mas há-se acabar como um demónio,... coitado.

Virou

Acho que as pessoas andam cada vez mais tristes por causa da falta de "festa"... Falta animação da "pura", da verdadeira, daquela que não precisa de raios laser nem de "pompa e circunstância"...
Há umas décadas atrás, com menos dívidas e stress - é certo, as pessoas divertiam-se mais, divertiam-se a valer com qualquer motivo de festa. Nem que fosse para celebrar a ida do "Castanheira" para a tropa...
Hoje, mesmo com convites em papel dourado, com angariação de "ajuntamentos" coloridos sob a batuta de um profissionalismo de objectivos, sinto que as pessoas já não se divertem, já não vão tão felizes para casa... Vão é com mais "álcool" e preocupadas com as brigadas de trânsito.
Sei que são outros os tempos, são outras as pessoas, são outras as "imagens", são outros os "clichês", mas... Festa é Festa, e venha ela.
E, por incrível que pareça, os locais onde sinto que ainda há mais festa (da rija!) continuam a ser os "bailaricos" de música de cassete pirata com a banda da cantora desafinada que namora com o teclista que também é barbeiro e que, por sinal, é primo do tipo que empresta as colunas de som... É que; nem que seja para rir um pouco, convenhamos que há mais festa (da rija, repito!) à custa de uma "rapidinha" (cerveja) do que ao sabor de um "flut" de Moêt et Chandon.
E ainda dizem que não faltam festas... Festas não faltam, pelos vistos faltam é "rapidinhas"...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Companhia

Sempre ouvi dizer que o mal de muita gente está nas companhias. O rapaz era um santo até... e a rapariga era um anjo até...

Se assim é, todos são santos e anjos e as companhias é que deveriam pagar as facturas, certo?!

Claro que está errado. Se os visados entendem que as companhias "sabem mais que o Papa" só têm que puxar pelos próprios neurónios e ir pregar para outras dioceses... Mas não, os pais, os amigos, os tios, os cães e inclusive os juizes entendem que as companhias são atenuantes importantes no comportamento de quem quer que seja, inclusive no das companhias das companhias.

E é graças a estes filosofias de avaliação cega que uma maçã apodrece por causa das outras, mesmo que estejam sãs.

No meu tempo resolviasse tudo com um estalo, independentemente da companhia.

O "sinto".

Cá está uma imagem das muitas que circulam pelos e-mails encadeados que despertou a minha atenção... Examinem bem.
Já está?!?
Então agora falemos um pouco das cuecas de castidade que foram "lei" ao longo de séculos. E hoje será que ainda existem? Devem custar "os olhos da cara" mas, estou certo que ainda funcionam como "cofre forte" para muitas jóias de coroa descartável.
Numa sociedade cada vez mais virada para o sexo dos "demónios" há quem brinque com estas coisas sérias e, se calhar, bem. Porque o sexo (fiel!) não está nas cuecas, calcinhas ou ausência delas mas sim na mente de quem as "usa".
Por isso é que; mais do que um usarname falso, uma password paga a peso do "couro" ou um "tecido inviolável", há que valorizar o sentir em vez daquilo que a "publicidade oferece".
A oferta é cada vez mais forte, aguerrida, convincente e sem olhar a pormenores cativantes... Por isso, no meu caduco entender, sorte têm os que resistem às "falsificações" em prol do "sinto" de qualidade, e sem recurso ao "aloquete" da desconfiança.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Nariz

Nos dias que correm, entendo eu, devia haver menos "cheiro a queijo"... Ainda não percebi se é uma nova política para combater os metrossexuais ou para manter viva a virilidade do macho latino, mas que não falta "queijo Francês" por tudo quanto é canto, lá isso é uma verdade.
Incomóda-me mais nos restaurantes, aquele "brize" servido pelo braço que trás o prato... Dá logo vontade de ficar constipado,... É que não podemos abandonar o apetite justificando o que é injustificável.
Enfim, por mais Rexonas ou Impulses que se anunciem, chego à conclusão que o problema é mesmo do olfato, por exagero ou por defeito.
Bendito Axe!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Ver

Todos queremos Paz, todos desejamos casas para todos, todos queremos o bem universal, parar as guerras, a fome, o desrespeito pelos animais e mais umas mil e trezentas campanhas que assinaríamos se não tivessemos que ter o trabalho de "perder" 2 minutos a ir buscar o bilhete de identidade para dar o número ao manifesto.
Somos efectivamente bons nas palavras e maus nos gestos... Bons no ver na TV e defender com unhas e dentes uma dor que nos entra pelos olhos a dentro e maus no olhar para o lado e não ver quem passa fome, quem precisa de nós, quem também existe.
Sei que há a velha história da cana para ensinar a pescar e do "quem quer faz por isso" mas... e o resto?
Doi-me tanto esta auto-falha denominada "cegueira por ausência"... Mas, no fundo, o que fazemos verdadeiramente para a contrariar?! Deixamos de comer uma sobremesa para matar a fome a um faminto? Deixamos de nos matar com cigarros para dar uma vacina salva-vidas? Deixamos de andar de carro 100 metros para vestir uma criança de rua? Deixamos de comprar na Zara para dar um lápis a alguém que vive do outro lado do muro?
Por este andar, estou a chamar-nos hipócritas, esbanjadores e outros palavrões... Mas vou ficar-me pelo "cegos", porque, efectivamente, é aquilo em que nos transformamos de cada vez que saímos à rua... para não ver.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Obrigado.


Alguns dos visitantes deste Blogue "periférico" perguntam-me porque não respondo a quem nele, sempre com esse cuidado, comenta os textos que por aqui vou "desfilando",... Há mesmo quem refira que é um mau caminho e que as pesoas apreciam comentários aos seus comentários,... Sei que sim, e eu sou uma dessas pessoas em todas as visitas que faço na Blogosfera...
No entanto, convém referir que o "Talvez" surgiu - como o título sugere, para "provocar" consciências, estados de espírito, opiniões, sensações... SEM resultado FINITO. Eu próprio não sei se amanhão concordarei com o que escrevi quase sem pensar, no sabor do momento, no instinto do pensamento... Por isso; optei por este título, por este Blogue mais "alternativo"... enquanto que, no Essências, adopto uma postura mais "eclética", mais "impessoal", mais "brincalhona",... sem esquecer de contrabalançar com outras formas de "provocação positiva"... sempre que escrevo um texto ou um poema mais sério, mais alerta, mais "grito", mais "sangue"... mais "lágrima".
A Blogosfera dá-nos esse prazer, o de ser e acontecer de forma mais ou menos pensada, tentando - e falo por mim, não fugir ao ser que efectivamente se é.
Portanto, a todos os que aqui comentam,... Muito Obrigado e... Aceditem que vos leio "de fio a pavio" e com imensa vontade de comentar o que comentam... Mas, para já, vou "conter-me" e continuar a "saborear" o que as palavras provocam... sem decisão final.

Se calhar...

Nas minhas viagens pelos Blogues dos outros deparei-me com um comentário da Mimo-te que me fez... Parar.

Ela, muito mais conhecedora do que eu, diz que sente que a Blogosfera está mais positiva e que isso é fantástico.

Concordo com a Mimo-te, e só tenho alguns poucos meses deste vício que é comunicar estados de espírito, pensamentos, ideias, opiniões, provocações saudáveis,... experiências sonhadas, imaginadas ou vividas.

Se calhar, daqui a uns tempos, quando me insultarem ou tiver que bloquear os meus Blogues a terceiros indesejados pensarei de outra forma. Se calhar, daqui a uns tempos, quando decidir fechar os meu Blogues terei uma opinião bem diferente...

Mas hoje, a esta hora, sinto que a Mimo-te tem razão, e nestes 5 meses tenho extraído momentos deveras interessantes. Talvez o escrever, ler e ser lido sejam novas Essências que completam este momento... Positivo e Fantástico.